Felipe Baierle
Nesse mês, O Parcial inaugura sua mais nova editoria de opinião e conversa com o petista, jornalista e professor universitário Celso Augusto Schröder. Sem papas na língua, o vice-presidente da Fenaj esclarece várias dúvidas sobre a questão da recente queda da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão.
Parcial - O que significou para o movimento dos trabalhadores em jornalismo e estudantes do curso essa alteração na regulamentação da profissão?
Schröder - É uma decisão que atende aos interesses mais conservadores do país. Atende de um lado, um vetor político absolutamente mesquinho, que é o de simplesmente baixar custos dos jornais. Agora, por exemplo, quando tu pega os classificados já há uma mudança no edital de convocatória. Num concurso para vaga de jornalista, que saiu semana retrasada, que era da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) agora já pede jornalista sem diploma.
Parcial - Depois da queda da obrigatoriedade do diploma, há possibilidades de que os jornalistas percam seus direitos como piso salarial e jornada diária de cinco horas?
Schröder - Sim, a tendência é essa. Mas existe uma regulamentação. Os pisos estão valendo. Os acordos estão valendo. As cinco horas (de jornada diária) nos jornais estão valendo. O que eu estou dizendo é que a queda da obrigatoriedade do diploma vai tender... E, esse caso do concurso é uma prova de que tenderemos todos nós a ser enquadrados não mais como
trabalhadores de terceiro grau, mas de segundo grau e obviamente, com uma remuneração menor.
Parcial – Não estaria na hora de rever o processo pelo qual se indicam os ministros do STF?
Schröder - Esse é um bom debate. Eu há alguns anos dizia que tinham dois espaços da sociedade brasileira que não haviam sido redemocratizados suficientemente. Um era a comunicação, que está sem nenhum tipo de incidência pública sobre ela.
O judiciário é muito mais cristalizado. A forma que nós montamos o judiciário no Brasil é quase como se fosse uma capitania hereditária onde a incidência do público é muito pequena.
Parcial - E a PEC que está sendo produzida em Brasília para que volte a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo no exercício da profissão, pode ser uma solução?
Schröder - Sim, nós não temos outra solução. Nós temos que formatar no congresso nacional um grupo de parlamentares alinhados com essa causa.
Para o nosso otimismo, configurou-se muito rapidamente um movimento coeso e meio que espontaneamente articulado onde no primeiro dia já havia 40 senadores. Agora já são mais de 60, somando quase 200 parlamentares nessa comissão mista que tenderá a apresentar uma emenda constitucional.
Nesse mês, O Parcial inaugura sua mais nova editoria de opinião e conversa com o petista, jornalista e professor universitário Celso Augusto Schröder. Sem papas na língua, o vice-presidente da Fenaj esclarece várias dúvidas sobre a questão da recente queda da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão.
Parcial - O que significou para o movimento dos trabalhadores em jornalismo e estudantes do curso essa alteração na regulamentação da profissão?
Schröder - É uma decisão que atende aos interesses mais conservadores do país. Atende de um lado, um vetor político absolutamente mesquinho, que é o de simplesmente baixar custos dos jornais. Agora, por exemplo, quando tu pega os classificados já há uma mudança no edital de convocatória. Num concurso para vaga de jornalista, que saiu semana retrasada, que era da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) agora já pede jornalista sem diploma.
Parcial - Depois da queda da obrigatoriedade do diploma, há possibilidades de que os jornalistas percam seus direitos como piso salarial e jornada diária de cinco horas?
Schröder - Sim, a tendência é essa. Mas existe uma regulamentação. Os pisos estão valendo. Os acordos estão valendo. As cinco horas (de jornada diária) nos jornais estão valendo. O que eu estou dizendo é que a queda da obrigatoriedade do diploma vai tender... E, esse caso do concurso é uma prova de que tenderemos todos nós a ser enquadrados não mais como
trabalhadores de terceiro grau, mas de segundo grau e obviamente, com uma remuneração menor.
Parcial – Não estaria na hora de rever o processo pelo qual se indicam os ministros do STF?
Schröder - Esse é um bom debate. Eu há alguns anos dizia que tinham dois espaços da sociedade brasileira que não haviam sido redemocratizados suficientemente. Um era a comunicação, que está sem nenhum tipo de incidência pública sobre ela.
O judiciário é muito mais cristalizado. A forma que nós montamos o judiciário no Brasil é quase como se fosse uma capitania hereditária onde a incidência do público é muito pequena.
Parcial - E a PEC que está sendo produzida em Brasília para que volte a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo no exercício da profissão, pode ser uma solução?
Schröder - Sim, nós não temos outra solução. Nós temos que formatar no congresso nacional um grupo de parlamentares alinhados com essa causa.
Para o nosso otimismo, configurou-se muito rapidamente um movimento coeso e meio que espontaneamente articulado onde no primeiro dia já havia 40 senadores. Agora já são mais de 60, somando quase 200 parlamentares nessa comissão mista que tenderá a apresentar uma emenda constitucional.
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