Samir Oliveira
Nos próximos dias, “aquarela” vai significar muito mais do que uma pintura feita com tintas diluídas em água. Vai significar mais igualdade. Mais tolerância. Mais compreensão. Pode parecer estranho, mas todas essas expressões vão se encaixar quando se tornar público o movimento Aquarela da População de Rua.
No dia 23 de julho, a população em situação de rua da Capital, estimada em mais de 1200 pessoas, de acordo com a própria prefeitura, pretende mostrar que está organizada, que não deve ser menosprezada. Um ato no largo do Zumbi vai hastear à sociedade a bandeira do movimento, seus integrantes e suas demandas. “Nós queremos mostrar que morador de rua não é qualquer objeto que dá para pegar e sair chutando”, denuncia Zilmar Ribeiro, envolvido na criação do projeto Aquarela e residente do Abrigo Marlene.
O novo movimento surge para, entre outras finalidades, romper com o Fórum dos Moradores de Rua e enraizar na cidade uma representação democrática dessa população. Os idealizadores acusam a antiga estrutura de não dar apoio às demandas coletivas e de beneficiar somente algumas pessoas. “O Fórum fazia parte de um segmento dentro do Orçamento Participativo, não tinha a perspectiva de conscientização”, critica Sérgio Borges, um dos articuladores.
O núcleo de assistência social das casas de convivência de Porto Alegre garantiu que os tons da aquarela saíssem do papel. Graças a esses profissionais, os moradores de rua conseguiram um local para se reunir semanalmente (a sede do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre) e deliberar sobre o movimento, além de usufruírem da orientação de quem é capacitado para lidar com essas situações. “Dentro das nossas atribuições está a motivação e o incentivo para organização coletiva. Isso faz parte do nosso cotidiano”, declara Rejane Pizzatto, assistente social da Casa de Convivência e uma das envolvidas no movimento Aquarela.
Violência e preconceito
Um dos focos de atuação da nova célula vai ser o combate à violência ostensiva da Brigada Militar. Não são raras as queixas de abuso de autoridade e emprego desnecessário da força física. “Os brigadianos muitas vezes levam o morador de rua para dentro do batalhão para lavar os veículos dos oficias”, lamenta Sérgio. Zilmar lembra a truculência sofrida pelas fardas: “Eles chegam chutando, mandando embora, não querem nem saber”, desabafa.
É para que pessoas deixem de ser escorraçadas como animais que o movimento Aquarela pretende agir junto aos órgãos competentes, como Ministério Público e Câmara de Vereadores. Zilmar ainda alerta um temor que se avizinha. “Com a Copa do Mundo, certamente ninguém vai querer ver morador de rua na cidade. O que vão fazer com essas pessoas?”, questiona.
A prefeitura, que tem na Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) um braço de apoio à população oprimida, desconhecia a articulação do grupo Aquarela. Entretanto, o diretor técnico da Fasc, Mauro Vargas, aclamou a iniciativa: “Somente com esses movimentos nós vamos conseguir ter recursos significativos para esse contingente excluído”. O órgão admite os abusos orquestrados pelos detentores da força. “Quando eles apanham na rua, para quem eles vão recorrer? Não é para a polícia, óbvio”, asseverou Vargas, completando que “o cidadão comum e o policial precisam ter em mente que morador de rua não é marginal”.
No dia 23 de julho, a população em situação de rua da Capital, estimada em mais de 1200 pessoas, de acordo com a própria prefeitura, pretende mostrar que está organizada, que não deve ser menosprezada. Um ato no largo do Zumbi vai hastear à sociedade a bandeira do movimento, seus integrantes e suas demandas. “Nós queremos mostrar que morador de rua não é qualquer objeto que dá para pegar e sair chutando”, denuncia Zilmar Ribeiro, envolvido na criação do projeto Aquarela e residente do Abrigo Marlene.
O novo movimento surge para, entre outras finalidades, romper com o Fórum dos Moradores de Rua e enraizar na cidade uma representação democrática dessa população. Os idealizadores acusam a antiga estrutura de não dar apoio às demandas coletivas e de beneficiar somente algumas pessoas. “O Fórum fazia parte de um segmento dentro do Orçamento Participativo, não tinha a perspectiva de conscientização”, critica Sérgio Borges, um dos articuladores.
O núcleo de assistência social das casas de convivência de Porto Alegre garantiu que os tons da aquarela saíssem do papel. Graças a esses profissionais, os moradores de rua conseguiram um local para se reunir semanalmente (a sede do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre) e deliberar sobre o movimento, além de usufruírem da orientação de quem é capacitado para lidar com essas situações. “Dentro das nossas atribuições está a motivação e o incentivo para organização coletiva. Isso faz parte do nosso cotidiano”, declara Rejane Pizzatto, assistente social da Casa de Convivência e uma das envolvidas no movimento Aquarela.
Violência e preconceito
Um dos focos de atuação da nova célula vai ser o combate à violência ostensiva da Brigada Militar. Não são raras as queixas de abuso de autoridade e emprego desnecessário da força física. “Os brigadianos muitas vezes levam o morador de rua para dentro do batalhão para lavar os veículos dos oficias”, lamenta Sérgio. Zilmar lembra a truculência sofrida pelas fardas: “Eles chegam chutando, mandando embora, não querem nem saber”, desabafa.
É para que pessoas deixem de ser escorraçadas como animais que o movimento Aquarela pretende agir junto aos órgãos competentes, como Ministério Público e Câmara de Vereadores. Zilmar ainda alerta um temor que se avizinha. “Com a Copa do Mundo, certamente ninguém vai querer ver morador de rua na cidade. O que vão fazer com essas pessoas?”, questiona.
A prefeitura, que tem na Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) um braço de apoio à população oprimida, desconhecia a articulação do grupo Aquarela. Entretanto, o diretor técnico da Fasc, Mauro Vargas, aclamou a iniciativa: “Somente com esses movimentos nós vamos conseguir ter recursos significativos para esse contingente excluído”. O órgão admite os abusos orquestrados pelos detentores da força. “Quando eles apanham na rua, para quem eles vão recorrer? Não é para a polícia, óbvio”, asseverou Vargas, completando que “o cidadão comum e o policial precisam ter em mente que morador de rua não é marginal”.
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