segunda-feira, 25 de maio de 2009

Projeto P estreia no bar Ocidente

Carolina Marquis
O “Projeto P”, concebido por Marcelo Pacheco e dirigido por ele e por Raquel Puper, estreiou no dia 13 de maio, às 22h, no Espaço OX, no Bar Ocidente (João Telles esq. Osvaldo Aranha). O espetáculo fica em cartaz nos dias 13, 20 e 27 (quartas-feiras), às 22 horas. Os ingressos custam R$ 15,00 (com direito a uma cerveja).

Marcelo, me fala um pouquinho sobre o Projeto P.
O projeto surgiu do desejo de um grupo de jovens atores em canalizar seu potencial artístico e poder produzir uma montagem que pudesse falar dos temas que nos mobilizam hoje.

E por que "Projeto P", de onde vem esse nome?
Essa é uma pergunta que queremos propositalmente deixar no ar... Cada espectador poderá fazer a sua interpretação. Queremos mais provocar do que explicar.

- Quais são os personagens que se encontram no espetáculo?
O espetáculo promove o encontro de figuras do universo pop, como Paris Hilton, Marilyn Manson, Amy Winehouse, com personagens antológicos do cinema, como Barbarella (vivida por Jane Fonda), Alex (de Laranja Mecânica), Holly Golightly (de Bonequinha de Luxo) e Andréa Cara Cortada (De Kika, de Pedro Almodóvar).
O elenco é composto por Aline Brustolin, Fani Ferreira, Karine Paz, Marcelo Pacheco, Raquel Purper, Ricardo Oswald, Tuti Muller, e participação Especial de Fabio Gonzales .

O que tu e a Raquel Purper querem mostrar com esse espetáculo?Não sei se queremos mostrar algo específico, queremos é trabalhar em cima de coisas que nos mobilizam, por afinidade ou até mesmo repulsa.

Vocês todos têm um trabalho forte com dança, nem todos são efetivamente atores, como é trabalhar com atores/bailarinos em uma peça de teatro?Todos têm formação teatral, mas também em dança, pois a maioria integra também o Grupo Experimental de Dança da Cidade. Muitos fizeram formação no TEPA, outros cursos de teatro e a Raquel é formada pelo DAD/UFRGS e atualmente está no mestrado na mesma Universidade. São experiências que se complementam e trazem um diversidade para a montagem.

Há alguma intenção política na peça?
Tudo que a gente coloca no mundo acaba tendo conotação política, não daquela partidária ou de governo, mas de relações de poder entre as pessoas. Os temas que a gente aborda e o modo como a gente aborda acabam afirmando certas posturas com a vida ou questionando estas posturas.

Todas essas personagens que tu juntas são carregados de enigmas, significados e significantes. O que pode acontecer quando eles se encontram?
Tédio absoluto ou uma fissão nuclear. Eles estabelecem um universo que envolve insatisfação, excitação, simulação, desespero, niilismo. É um mosaico de sensações e situações, que podem promover o riso ou mesmo a impaciência.

Como é dirigir um espetáculo em dupla?
É um desafio permanente e muito saboroso. Por um lado há de se encontrar os pontos de conexão de nossas visões enquanto encenadores, por outro de tirar proveito das divergências. Dá mais trabalho, mas ao mesmo tempo , amplia as possibilidades de trabalho.Além de que é sempre bom ter alguém para dividir as crises que sempre aparecem, para dialogar sobre os dilemas que se apresentam.


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