segunda-feira, 25 de maio de 2009

Baseado na luta

Felipe Baierle
Cerca de 300 pessoas protestaram pedindo a legalização da cannabis sativa no último dia nove de maio. A Marcha da Maconha teve concentração às 15h em frente ao Monumento do Expedicionário, no Parque Farroupilha, e se limitou a uma caminhada pacífica em torno do chafariz da Redenção. Nenhum maconheiro fez apologia ao uso da droga, o que desrespeitaria o acordo prévio estabelecido entre a Marcha, o Ministério Público e a Brigada Militar, conduta determinante para que a caminhada transcorresse sem violência.

Previsto para acontecer em mais 13 grandes cidades do país, o evento só foi liberado em Porto Alegre graças à um salvo-conduto concedido pelo Ministério Público Estadual (MPE) na pessoa do desembargador Nereu José Giacomolli. Os manifestantes alegaram ao MPE que o objetivo da marcha era apenas discutir a atual política de repressão aos usuários da maconha e propor soluções mais eficazes ao problema, não fazer apologia ao seu uso.

Em resposta à proibição do ato, em algumas cidades como São Paulo, Salvador e João Pessoa, os antiproibicionistas divulgaram nota pública contestando a ação dos MPEs que proibiram a caminhada. Para o Coletivo Marcha da Maconha Brasil, juristas pediram a proibição da mobilização em liminares às vésperas das datas marcadas para dificultar sua defesa jurídica à tempo de realizar o evento.

– Que tristeza se aprovarem isso, se já estão matando várias pessoas por causa dessa porcaria de droga, imagina se liberarem – desabafou dona Juraci da Cunha enquanto observava a movimentação da Marcha na Redenção.

Os antiproibicionistas do coletivo Princípio Ativo, uma das entidades que tocaram a caminhada, viram a questão sob um aspecto diferente. Eles disseram que o governo poderia, caso liberasse a maconha, controlar sua venda e cobrar impostos para financiar investimentos em saúde, educação e cultura; o que, segundo eles, seria muito mais eficaz do que gastar milhões de reais todos os anos na tentativa fracassada de conter o consumo.

Além disso, divulgaram em seu blog que a Marcha foi um sucesso, sem qualquer tipo de delito, até mesmo sob o olhar de manifestantes contrários que a acharam um absurdo, mas dos quais, dizem eles, “por algum motivo, não lembramos direito”.

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