quinta-feira, 26 de junho de 2008

Marchinhas balançaram o Teatro São Pedro


Lisarb D'Oco


O movimento em frente ao Teatro São Pedro já era intenso desde as 17 horas de domingo, dia 25 do último mês. Os arredores da Praça da Matriz, onde se localiza a casa de espetáculos, aos poucos iam sendo preenchidos por espectadores ansiosos. Toda esta agitação se devia ao último dos três dias de apresentação do musical Sassaricando. Quando cheguei uma enorme fila já estava formada, tive tempo apenas de comprar um pacote de balas de um senhor muito simpático que já esperava na porta do teatro os que chegavam atrasados como eu. “Terceiro andar a esquerda”, disse o recepcionista após pegar meu ingresso. Ser a última a entrar nas galerias não foi nada mal para quem conseguiu comprar um dia antes - com muita sorte - o único ingresso que restava na bilheteria. Todos em seus lugares, as cortinas abrem pontualmente às 18 horas para a peça que é dirigida por Rosa Maria Araújo e Sérgio Cabral. A obra reproduz através de marchinhas de carnaval, os costumes cariocas a partir da década de 30, período em que essas canções povoaram o imaginário do Rio janeiro e do resto do país. Tamanho foi o divertimento e o clima de entrosamento entre os artistas e a platéia, que nem percebi passar as duas horas dentro do teatro. Para chegar ao número exato de 89 marchinhas, dividida nos dois atos da peça, a produção ouviu mil melodias. Foram usados cinco tipos de figurinos impecáveis inspirados nos bailes dos anos 40 e 50.As músicas interpretadas tratam de comportamento, história e obviamente do carnaval, a música “Bandeira Branca”, autoria de Max Nunes e Laércio Alves, foi um dos ápices da noite. Uma mulher muito jovem de espírito, que beirava seus 70 anos estava sentada ao meu lado e me comentava de sua época de juventude, cantando muito empolgada os versos da composição. As mais de 300 pessoas que se encontravam naquela noite de domingo, reviveram uma época em que se brincava o carnaval, muito diferente de hoje, este período do ano era sinônimo de diversão, e chacota a diversos setores da sociedade e da política do momento. O público aplaudiu de pé o fim do show dançando ao som da famosa “Cidade Maravilhosa”. E eu saí satisfeita, com algumas fotos na câmera, um sorriso de orelha a orelha e com a certeza de que teria muitas coisas boas para contar e escrever.

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