sexta-feira, 26 de junho de 2009

Encontro reúne 5 Estados em Canoas

Felipe Baierle
Pra que(m) serve a comunicação? Responder a essa e a outras questões foi o objetivo dos mais de 50 estudantes dos cinco Estados reunidos em Canoas de 11 a 14 de junho. Além do Rio Grande do Sul, participaram do Encontro Regional dos Estudantes de Comunicação Social (Erecom), representantes de Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.

O Erecom é o encontro anual dos estudantes de três cursos do ensino superior: Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade & Propaganda. Cada região do país tem seu próprio Encontro, que é normalmente realizado em grandes cidades e capitais. A comissão organizadora do Erecom Sul quis inovar, trazendo o evento para a periferia de Canoas. O lugar escolhido foi a Escola Municipal Tiago Wurth, no bairro Mathias Velho.

– A proposta de realização do encontro na periferia foi para descentralizar os debates e integrar os estudantes universitários com a vivência de grande parte da população brasileira: a pobreza – contou Fernanda Nascimento, estudante de Jornalismo e uma das organizadoras do evento.

Durante os quatro dias de duração do Encontro, foram realizados painéis, palestras e oficinas para trabalhar a organização política dos estudantes de comunicação. Um dos debates que mais avançou foi o da regulamentação profissional para jornalista. Ao contrário da recente decisão dos ministros do STF, de acabar com a regulamentação profissional dos jornalistas no último dia 17 de junho; os estudantes posicionaram-se a favor da exigência do diploma universitário para o exercício da profissão.

Outro tema do Encontro foi a criminalização dos movimentos sociais. O ataque recebido pelas organizações dos trabalhadores brasileiros foi detalhado pela fala de um representante do Movimento dos Sem Terra no evento.

Édson Borba, da Secretaria de Direitos Humanos do MST, comparou os Atos Institucionais (AI) criados no período da ditadura militar brasileira às Instruções Operacionais (IO) utilizadas atualmente pela Brigada Militar. Estas Instruções Operacionais são basicamente ordens militares com força prática de lei: o supra-sumo da antidemocracia.

À noite, serenatas e discos-voadores
Segundo Fernanda Nascimento, uma das maiores preocupações da comissão organizadora do Erecom foi a segurança dos participantes. Era perigoso sair à noite, por isso as festas de integração aconteceram todas dentro da Escola.

– Na sexta-feira tivemos um show solo do músico Tiago, dos Horácios. Nas outras duas noites, os estudantes encontraram lazer nos violões e serenatas ao luar, com direito a fogueira no pátio da escola, quentão e uma bebida do Rio de Janeiro que fez a festa da gurizada: o disco-voador (cachaça, limão, açúcar e canela) – contou.

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